É óbvio que quem recebeu propina para não executar uma dívida da Câmara deve ser caçado até ser cassado. Mas o ato que era para ser encarado como normal torna-se muito curioso, para dizer o mínimo, quando o sujeito em questão é o presidente de uma casa completamente desmoralizada pelas recentes denúncias de corrupção. Como se a cassação dele fosse o prato principal, ao invés do aperitivo ou a entrada.
Já escuto o coro de "bode expiatório": sacrifica-se alguém que ninguém gosta, que é visto como o erro, ou como a origem do erro, e se esquece do restante. Oferece a carne do nordestino católico conservador como oferenda ao Deus Opinião Pública. Joga-se uma isca e todo mundo cai na armadilha. E pior que todas essas metáforas: normalmente o estratagema funciona.
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