O fim da pobreza
Todo o curta "Nelson Sargento" é interessante. Principalmente porque, além do óbvio retrato do sambista autor de "Agoniza mas não morre", mostra que dentro da favela não necessariamente deve ter só miséria.
Nelson é de uma época em que ainda havia pobre. Sim, pobre, mas com dignidade. Há um depoimento de Cacá Diegues que fala que Sargento pediu, quando o diretor comprou uma casa nova, para pintá-la. Já ouvi também uma história parecida sobre Cartola. Mesmo já famoso, continuava a ser ascensorista num prédio no centro do Rio.
Hoje é complicado (sobre)viver sendo operário de obras ou piloto de elevador. Há 20, 30 anos, meio século, não. Podia-se ter uma casa, colocar comida em casa, os filhos estudariam numa escola pública de razoável qualidade e ele ainda teria tempo para compor para a escola de samba do coração.
Com o tempo, estrangularam não só a classe-média, mas e principalmente, os pobres. Agora, só restou os miseráveis.
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