Estive, por conta de um frila, em dois colégios na semana passada, finalistas do prêmio de Gestão escolar. Um fica na periferia da periferia da periferia, ou seja, em um bairro pobre e distante do centro da cidade de Russas, a pouco mais de cem quilômetros de Fortaleza, no Ceará. A outra fica em Blumenau, uma espécie de filial da Alemanha, mas com tempero brasileiro, como comprova o horário de início de sua Oktoberfest.
Fora essas generalizações, há uma outra que me chamou bastante a atenção. E que, acredito, merece ser compartilhado. Ambas as escolas têm turmas em tempo integral. Na primeira, no calor do Ceará, próximo de uma grande área de plantação de cajus, um dos momentos mais importantes para as crianças é a hora do banho. Em Blumenau, não há banho, e olha que dizem que chega a fazer 40 graus no verão no município.
Isso não quer dizer, claro, que um povo é mais limpo que o outro. Não há qualquer ligação com isso. Só achei curioso como, de certa forma, ainda está instituído no dna comportamental - chamemo-no assim - alguns traços dos nossos formadores, sejamos índios ou europeus.
Em Blumenau, perguntaram se eu não tinha vontade de ir a Oktoberfest, evento que realmente atrai muitos locais. Em Russas, as coordenadoras, todas muito simpáticas, perguntaram se eu não queria tomar um banho antes de pegar a estrada em direção a Fortaleza. Declinei por vergonha, e fiquei pensando em seguida se elas estavam me achando um sujeito sujinho, desses que não gostam de água. Ah, as tradições misturadas do Rio de Janeiro...
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