Estava enlouquecendo antes de achar a casa / apartamento que iríamos comprar no Rio, há mais de cinco anos. Todos os imóveis que eu visitei eram tão horríveis, mas tão horríveis [lembro de um especificamente que fomos, num fim de semana, que fedia a urina!], que quando achei um razoável, arrumadinho, de um quarto, num prédio com trocentos outros apartamentos, decidi fechar o negócio. A conversa chegou a avançar, mas como estava inseguro, mudei de ideia. Foi a melhor escolha que eu fiz.
O nosso, apesar de ser extremamente barulhento, é duas vezes maior que o de um quarto - pode ser considerado um três quartos [aliás, o que mais me encantou nesse nosso foi a sinceridade do vendedor, que nem era um corretor propriamente dito, mas o advogado da família proprietária do imóvel, ao dizer, no anúncio do jornal, que o apartamento era um "dois quartos + 1 menor + dependência". Achei fora do normal...], num prédio muito menor, na esquina de uma rua sem saída, na via do Pão de Açúcar. Sempre me imaginei - coincidentemente - morando nessa rua, a Avenida Pasteur.
Quando entrei no apartamento, fiquei boquiaberto. Era enorme.
Antes, errei o endereço e fiquei esperando o vendedor no prédio ao lado, de luxo, desses que tem um apartamento por andar, e com o vidro do teto ao chão em todos os cômodos. Perguntei ao porteiro deste prédio se tinha algum apartamento para vender, e o cara disse que sim, no primeiro andar. Não acreditando, inquiri sobre o preço do condomínio - uns R$ 700, se eu não me esqueci - e comecei a fazer contas para saber se conseguiria bancar esse valor. Liguei para a minha irmã, falei que valia muito a pena, ela me encorajou a continuar. Depois de uns 15 minutos esperando o vendedor - um atraso grande até para brasileiros -, percebi que algo estava errado e fui conferir o endereço. Era o nosso vizinho.
Avistei o Bozzi - o nome do nosso prédio - e vi que ela era diferente dos demais. Tinha um jardinzinho à frente e a estrutura era mais baixa que os do seu lado. Depois, descobri que ele era quase um octogenário, construído ainda na década de 1930. Subi no elevador pantográfico e encontrei a porta de madeira, que é mal-pintada por dentro. Entrei com o vendedor e sabia que aquele era "o" apartamento. Não importa o que eu pudesse encontrar depois. Era aquele.
Essas decisões são sempre complicadas quando não temos certeza - principalmente quando estamos comprando, e não alugando, um apartamento. É um investimento de um dinheiro ganho com bastante dificuldade que pode sumir de uma hora para outra. Sem confiança, as decisões ficam ainda mais difíceis. Não podemos pensar que o que encontraríamos em seguida poderia ser melhor. A nossa decisão é soberana. Optamos, com o máximo de informações que colhemos até aquele momento, por uma conclusão. A partir dali, todas as demais alternativas são hipóteses que não existiam até então. Não é possível esperar que todas as chances apareçam para, então, partir para uma definição. Só há o presente. E, eu descobri isso recentemente, essa máxima vale para qualquer tipo de escolha.
O nosso, apesar de ser extremamente barulhento, é duas vezes maior que o de um quarto - pode ser considerado um três quartos [aliás, o que mais me encantou nesse nosso foi a sinceridade do vendedor, que nem era um corretor propriamente dito, mas o advogado da família proprietária do imóvel, ao dizer, no anúncio do jornal, que o apartamento era um "dois quartos + 1 menor + dependência". Achei fora do normal...], num prédio muito menor, na esquina de uma rua sem saída, na via do Pão de Açúcar. Sempre me imaginei - coincidentemente - morando nessa rua, a Avenida Pasteur.
Quando entrei no apartamento, fiquei boquiaberto. Era enorme.
Antes, errei o endereço e fiquei esperando o vendedor no prédio ao lado, de luxo, desses que tem um apartamento por andar, e com o vidro do teto ao chão em todos os cômodos. Perguntei ao porteiro deste prédio se tinha algum apartamento para vender, e o cara disse que sim, no primeiro andar. Não acreditando, inquiri sobre o preço do condomínio - uns R$ 700, se eu não me esqueci - e comecei a fazer contas para saber se conseguiria bancar esse valor. Liguei para a minha irmã, falei que valia muito a pena, ela me encorajou a continuar. Depois de uns 15 minutos esperando o vendedor - um atraso grande até para brasileiros -, percebi que algo estava errado e fui conferir o endereço. Era o nosso vizinho.
Avistei o Bozzi - o nome do nosso prédio - e vi que ela era diferente dos demais. Tinha um jardinzinho à frente e a estrutura era mais baixa que os do seu lado. Depois, descobri que ele era quase um octogenário, construído ainda na década de 1930. Subi no elevador pantográfico e encontrei a porta de madeira, que é mal-pintada por dentro. Entrei com o vendedor e sabia que aquele era "o" apartamento. Não importa o que eu pudesse encontrar depois. Era aquele.
Essas decisões são sempre complicadas quando não temos certeza - principalmente quando estamos comprando, e não alugando, um apartamento. É um investimento de um dinheiro ganho com bastante dificuldade que pode sumir de uma hora para outra. Sem confiança, as decisões ficam ainda mais difíceis. Não podemos pensar que o que encontraríamos em seguida poderia ser melhor. A nossa decisão é soberana. Optamos, com o máximo de informações que colhemos até aquele momento, por uma conclusão. A partir dali, todas as demais alternativas são hipóteses que não existiam até então. Não é possível esperar que todas as chances apareçam para, então, partir para uma definição. Só há o presente. E, eu descobri isso recentemente, essa máxima vale para qualquer tipo de escolha.
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