Segundo dia
Você descobre que está em Londres não pela quantidade de indianos e jamaicanos e coreanos andando nas ruas, falando dialetos e línguas nacionais. Nem pelo clima - supposed to be - frio, chuvoso, escuro [não está frio, garoou e está um nublado branco]. Nem mesmo pelos "cheers, mate" ou pelos "lovely lady" onipresentes. Mas pela cerveja. Amarga, quente, com baixa carbonatação. E excelente.
Ontem, cometi o meu mais grave erro: me senti em casa de cara. E, como sempre, optei pelas cervejas das quais nunca tinha ouvido falar. O que - nada a ver com falsa modéstia, mas com a globalização das marcas - foi razoavelmente difícil, e me levou a cometer o outro erro de sempre, comprar gato por lebre. Mas chegamos lá.
Uma das tradições que sempre ouvi falar sobre Londres é a dos pubs que, além de fabricar a própria cerveja, tiram o líquido sagrado dos seus barris sem usar gás carbônico e sem máquina de pressão . É tudo no muque. A pessoa do outro lado do balcão - pode ser um japa com mais tatuagens que João Gordo, ou uma loura saída de um comercial da Volvo, if you know what I mean - tem que fazer força para tirar sua ale de dentro das câmeras onde é armazenada. Claro que não há refrigeração - a temperatura é perfeita lá fora. E o amargor, bem, quem sou eu para negar a tradição de atração pelo lúpulo?
O problema desse tipo de estratagema é - imagine - esquecer de todos os tipos que você tomou ontem. E nem foram tantos pints assim. Porém, seguindo também outra das tradições londrinas, fomos em uns quatro pubs e em cada um deles, tomamos um pint. No penúltimo, já sem opção, pedi aquela marca verde que era a que se repetia em todos os lugares e eu não conhecia. De cara, vi que algo estava errado. Havia muitas borbulhas. Provei, doce demais. Depois de eu muito pensar, meu camarada Roy chegou a conclusão de cara: era cidra. A inglesa do meu lado, ao escutar toda a conversa, não se furtou de comentar: "Fail". Roy, polite como um gentleman indiano, falou que tomaria para me ajudar. Então, para manter a tradição que eu acabara de inventar - ei, estamos em Londres, não? -, terminei a noite com uma Guinness. Acho que deveria ser a lei. Todas as noites abaixo de 20 graus célsius devem terminar com uma porter desse porte. E antes de ir para casa, comer um kebab!
Você descobre que está em Londres não pela quantidade de indianos e jamaicanos e coreanos andando nas ruas, falando dialetos e línguas nacionais. Nem pelo clima - supposed to be - frio, chuvoso, escuro [não está frio, garoou e está um nublado branco]. Nem mesmo pelos "cheers, mate" ou pelos "lovely lady" onipresentes. Mas pela cerveja. Amarga, quente, com baixa carbonatação. E excelente.
Ontem, cometi o meu mais grave erro: me senti em casa de cara. E, como sempre, optei pelas cervejas das quais nunca tinha ouvido falar. O que - nada a ver com falsa modéstia, mas com a globalização das marcas - foi razoavelmente difícil, e me levou a cometer o outro erro de sempre, comprar gato por lebre. Mas chegamos lá.
Uma das tradições que sempre ouvi falar sobre Londres é a dos pubs que, além de fabricar a própria cerveja, tiram o líquido sagrado dos seus barris sem usar gás carbônico e sem máquina de pressão . É tudo no muque. A pessoa do outro lado do balcão - pode ser um japa com mais tatuagens que João Gordo, ou uma loura saída de um comercial da Volvo, if you know what I mean - tem que fazer força para tirar sua ale de dentro das câmeras onde é armazenada. Claro que não há refrigeração - a temperatura é perfeita lá fora. E o amargor, bem, quem sou eu para negar a tradição de atração pelo lúpulo?
O problema desse tipo de estratagema é - imagine - esquecer de todos os tipos que você tomou ontem. E nem foram tantos pints assim. Porém, seguindo também outra das tradições londrinas, fomos em uns quatro pubs e em cada um deles, tomamos um pint. No penúltimo, já sem opção, pedi aquela marca verde que era a que se repetia em todos os lugares e eu não conhecia. De cara, vi que algo estava errado. Havia muitas borbulhas. Provei, doce demais. Depois de eu muito pensar, meu camarada Roy chegou a conclusão de cara: era cidra. A inglesa do meu lado, ao escutar toda a conversa, não se furtou de comentar: "Fail". Roy, polite como um gentleman indiano, falou que tomaria para me ajudar. Então, para manter a tradição que eu acabara de inventar - ei, estamos em Londres, não? -, terminei a noite com uma Guinness. Acho que deveria ser a lei. Todas as noites abaixo de 20 graus célsius devem terminar com uma porter desse porte. E antes de ir para casa, comer um kebab!
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