quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Mitologias

Ainda não tenho esse raciocínio muito bem costurado, mas já sei para onde vou me apoiar, caso queira estudar o assunto mais profundamente. É basicamente a descrença na ciência como única explicação para o mundo.

Acredito que as narrativas [como forma de transmissão de conhecimentos], o conto [na origem da palavra, produto do "contar"], a mitologia [sem o ranço que a palavra tem, associada a maioria das vezes a seres antropomórficos gregos, mas ligada à ideia original de mythos, como oposto - oposto não é uma boa palavra - a logos, que seria a razão - razão não é uma boa tradução] são tão importantes quanto a ciência.

Não vivemos, nunca na história, apenas com a razão. No dia que descobri que o pensamento é a soma do logos + mythos, entendi como era importante pensar. Não desprezo a ciência, mas não podemos ficar presos a explicações simplesmente científicas do mundo [physis, para ficar na galera grega].

Por isso, o crescimento tão grande das religiões, que, a grosso modo, são mitologias que saíram de seu terreno e entraram em outro.

Em algum lugar, Nietzsche fala sobre a substituição do Deus [que está morto] por outros mitos, como a liberdade, ciência, democracia, e outras invenções ocidentais. Heidegger fala sobre a nossa sociedade tecnocientífica, onde viramos técnicos que apertam botões e giram manivelas.

A mitologia acabaria com essa metafísica [bemXmal, bem+mal] e daria o recado por inteiro.

Ainda tenho que desenvolver essa ideia melhor.

ps. me dei conta, só agora, de que mitologia = mithos + logos. É disso que estou falando, ora.

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