quarta-feira, 11 de abril de 2012

Palavras sem sentido


[...] Diz ela e o silêncio quebra novamente: a noite invade pela janela e nos pressiona, torna a gravidade mais grave... grávida. Eu... eu nunca... Imaginei... Eu... [balbucio abobado]... as palavras escorregam, como gelatina, eu tento prendê-las nos dentes, mas elas escorregam, moles, e saem sem sentido, ma... qu... co... as... po... im... m... h... fi... As palavras perdem o seu sentido, perdem o seu sentido. Para que lado devem ir, quando a bússola não fala onde é o norte, como descobri-lo? Perde-se, se perdem numa floresta cheia de árvores com letras penduradas, e você, com um carrinho de supermercado vai colhendo e colocando dentro do carrinho, ou você está num ambiente branco, todo branco, sem dimensões: onde é a profundidade, onde é o chão, até onde vai o horizonte?

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