domingo, 4 de novembro de 2007

Médicos

Vi, até hoje, três episódios de "House", a série americana do médico manco que detesta atender pacientes e trata a doença. Generalizando, o seriado usa uma fórmula que deu certo: aparece um sujeito no hospital com algo que ninguém sabe o que é. A equipe do doutor House começa a elocubrar quais possibilidades de males o enfermo pode ter. Erram algumas vezes, o doente quase morre, até que, num estalo, House, que odeia conversar com os acamados, vai ter com o dito-cujo para contar-lhe qual é a maneira de resolver o embróglio.

É curioso e faz sucesso porque mostra um médico cínico, desumano (no sentido de preterir a convivência com os iguais) e que acerta sempre os seus diagnósticos. Os diálogos são, realmente, muito bem formulados.

Contudo, vislumbro outra possibilidade: é a maneira de vermos, verdadeiramente, os médicos, como eles são - sem as máscaras, sem os sorrisos e sem a mise en scène.

Não tenho boa convivência com os doutores. Raros são os com quem consigo travar qualquer diálogo. Geralmente porque sinto um ar de superioridade emanando do sujeito de branco atrás da mesa - que nunca se levanta. Claro que estou generalizando. Mas, ao ver "House", me senti, de certa forma, vingado.

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