O problema de escrever algo grande – por favor, no sentido de “extensão” – não pega bem falar bem de si próprio, mesmo que o meu objetivo seja escrever o melhor que eu puder – e deixar para os outros – ah, a alteridade... – a difícil missão de decidir se esse livro grandes para nossos padrões internéticos também pode ser considerado um grande livro [esse trocadilho, porém, imagino, conta contra mim, mas espero que essa mea culpa e a justifica de escrever o máximo sem reflexão me auxiliem].
Ainda tenho uma pequena, ligeira vantagem, por poder trabalhar em três frentes, além de, vez por outra, inserir pequenas histórias elucidativas, como a minha última participação, por exemplo. Não seria de bom tom, entretanto, abandonar tudo nesse momento, e começar algo novo. Só David Lynch faz isso.
De qualquer forma, vou deixar registrado três ideias de cenas que me ocorreram recentemente, para que futuros escafandristas possam explorar esses temas – juntos ou separados.
O primeiro episódio coloca um grupo de mergulhadores experientes dentro de um barco, no meio do oceano. Ele estão fazendo os últimos ajustes, se aprontando para pular n’água. Eles caem no mar. Estão afundando, observando a vida marinha. Repentinamente, uma grande agitação os afeta, como se eles estivessem em uma corrente muito forte, a mais forte já experimentada por todos eles. Ficam assustados e decidem emergir imediatamente. Fora d’água, descobrem que o barco sumiu. Sem opção, decidem voltar nadando. Após horas, chegam a uma ilha, que eles não se lembravam de ter visto anteriormente, completamente destruída, como se uma grande onda, um maremoto, tivesse varrido tudo o que havia ali. Ficam intrigados sobre onde, exatamente, estão. E a história continua até que eu percebi que ela tem , de alguma estranha maneira, uma semelhança com o original “O planeta dos macacos”.
A segunda cena é mais suscinta. Para falara a verdade, é apenas uma situação: um homem anda num ambiente hostil [seria um dos mergulhadores?], como uma selva, até ser atacado por um batalhão de insetos, que o devoram por completo, começando pelo pé, até a cabeça, em instantes. Então, eu pensei que essa mesma cena, sob outro formato, está nesse último Indiana Jones, apesar de eu ter imaginado algo mais nos padrões do que acontece no “...última cruzada”, quando o vilão bebe do cálice errado.
A terceira é ainda mais sutil, mais rápida, mais sem sentido, e, já percebi também, recorda outra cena de um filme, também de ação, também do Spielberg. Um copo sobre uma mesa, cheio de água. O líquido começa a se mexer, primeiro sutilmente e crescendo até ser ficar bastante violento. O perigo se aproxima. “Jurassic Park” tem algo do gênero.
Essas ideias me levam a duas conclusões: primeiro que minhas criações são baseadas em outras criações [e quais, mesmo inconscientes, não são?]. Segundo, que eu – mas arriscaria dizer “minha geração” – sou [é] mais influenciada pelas imagens, pelo cinema, pelo cinema americano, pelo cinema americano de aventura, que por livros e a literatura em geral. Não sei se isso é óbvio, nem se é bom ou ruim. Já me custou atestar isso. Vou deixar para o [eventual] leitor o comentário. Apenas acrescentarei que não me surpreende, por isso, que eu não seja melancólica.
Estava a dizer que o problema de escrever obras de fôlego [que exigem fôlego do leitor, eu acrescentaria] é não poder, no meio do caminho, ou depois do meio do caminho – como é o caso –, mudar a narrativa e simplesmente escrever outra coisa. Manter a coerência, mesmo em livros mais liberais, requer um mínimo de disciplina, eu percebo agora.
Ainda tenho uma pequena, ligeira vantagem, por poder trabalhar em três frentes, além de, vez por outra, inserir pequenas histórias elucidativas, como a minha última participação, por exemplo. Não seria de bom tom, entretanto, abandonar tudo nesse momento, e começar algo novo. Só David Lynch faz isso.
De qualquer forma, vou deixar registrado três ideias de cenas que me ocorreram recentemente, para que futuros escafandristas possam explorar esses temas – juntos ou separados.
O primeiro episódio coloca um grupo de mergulhadores experientes dentro de um barco, no meio do oceano. Ele estão fazendo os últimos ajustes, se aprontando para pular n’água. Eles caem no mar. Estão afundando, observando a vida marinha. Repentinamente, uma grande agitação os afeta, como se eles estivessem em uma corrente muito forte, a mais forte já experimentada por todos eles. Ficam assustados e decidem emergir imediatamente. Fora d’água, descobrem que o barco sumiu. Sem opção, decidem voltar nadando. Após horas, chegam a uma ilha, que eles não se lembravam de ter visto anteriormente, completamente destruída, como se uma grande onda, um maremoto, tivesse varrido tudo o que havia ali. Ficam intrigados sobre onde, exatamente, estão. E a história continua até que eu percebi que ela tem , de alguma estranha maneira, uma semelhança com o original “O planeta dos macacos”.
A segunda cena é mais suscinta. Para falara a verdade, é apenas uma situação: um homem anda num ambiente hostil [seria um dos mergulhadores?], como uma selva, até ser atacado por um batalhão de insetos, que o devoram por completo, começando pelo pé, até a cabeça, em instantes. Então, eu pensei que essa mesma cena, sob outro formato, está nesse último Indiana Jones, apesar de eu ter imaginado algo mais nos padrões do que acontece no “...última cruzada”, quando o vilão bebe do cálice errado.
A terceira é ainda mais sutil, mais rápida, mais sem sentido, e, já percebi também, recorda outra cena de um filme, também de ação, também do Spielberg. Um copo sobre uma mesa, cheio de água. O líquido começa a se mexer, primeiro sutilmente e crescendo até ser ficar bastante violento. O perigo se aproxima. “Jurassic Park” tem algo do gênero.
Essas ideias me levam a duas conclusões: primeiro que minhas criações são baseadas em outras criações [e quais, mesmo inconscientes, não são?]. Segundo, que eu – mas arriscaria dizer “minha geração” – sou [é] mais influenciada pelas imagens, pelo cinema, pelo cinema americano, pelo cinema americano de aventura, que por livros e a literatura em geral. Não sei se isso é óbvio, nem se é bom ou ruim. Já me custou atestar isso. Vou deixar para o [eventual] leitor o comentário. Apenas acrescentarei que não me surpreende, por isso, que eu não seja melancólica.
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