Os seguidores de Wittgenstein* [alguns, não todos] costumam atender indiscriminadamente a máxima do seu líder de que não devemos falar sobre o que não sabemos. Sobre a arte, alguns costumam dizer que não é possível saber o que é ou o que não é, e uma tentativa nesse sentido é uma perda de tempo.
Concordo em parte com a afirmação - apenas o suficiente para sugerir exatamente o inverso. Quando não se sabe, deve-se pensar sobre o caso - não no sentido desesperador, apreensivo, como se fosse uma questão de vida ou morte, mas como uma formiguinha que não sabe o quão pequena é a sua contribuição para o formigueiro, e continua.
Por isso, acredito que qualquer um pode designar - tal um rei, ministros - aquilo que é, ou não, arte, e por quê.
Essa máxima de fugir dos assuntos ditos impossíveis me lembra Jung** e como ele deve ter sofrido ao propor estudar assuntos tão descartados pela Academia [como sincronicidade, por exemplo] como se fossem nonsenses ou misticismo. Só pelo fato de ele, organizadamente, ter remado contra a maré já merecia o nosso respeito.
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Às vezes, esse comportamento dos seguidores de Wittgenstein me lembra um pouco os de religiosos que preferem acreditar em um Deus a ser livre. A liberdade, para esses, é um peso danado.
Por outro lado... há a tentativa louvável de se evitar discutir nova e literalmente o sexo dos anjos.
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* Wittgenstein morreu em Cambridge, onde tinha uma longa vida acadêmica, tendo estudado, por exemplo, com Russel. Imaginem, portanto, o quanto ele influencia a filosofia desse país.
** Tive dificuldades de entender os pormenores de "The dangerous method", o filme do Cronenberg sobre a relação de Jung e Freud. Mas se eu entendi, Freud, que era um sujeito que também tinha problemas com a academia, fazia quase troça das propostas de Jung.
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ps. um detalhe curioso, coincidente: o austríaco de herança judia Wittgenstein e os dois fundadores da psico-análise [um suíço e um judeu austríaco] foram contemporâneos.
pps. Wittgenstein e Hitler estudaram na mesma escola em Viena. Ao mesmo tempo.
Concordo em parte com a afirmação - apenas o suficiente para sugerir exatamente o inverso. Quando não se sabe, deve-se pensar sobre o caso - não no sentido desesperador, apreensivo, como se fosse uma questão de vida ou morte, mas como uma formiguinha que não sabe o quão pequena é a sua contribuição para o formigueiro, e continua.
Por isso, acredito que qualquer um pode designar - tal um rei, ministros - aquilo que é, ou não, arte, e por quê.
Essa máxima de fugir dos assuntos ditos impossíveis me lembra Jung** e como ele deve ter sofrido ao propor estudar assuntos tão descartados pela Academia [como sincronicidade, por exemplo] como se fossem nonsenses ou misticismo. Só pelo fato de ele, organizadamente, ter remado contra a maré já merecia o nosso respeito.
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Às vezes, esse comportamento dos seguidores de Wittgenstein me lembra um pouco os de religiosos que preferem acreditar em um Deus a ser livre. A liberdade, para esses, é um peso danado.
Por outro lado... há a tentativa louvável de se evitar discutir nova e literalmente o sexo dos anjos.
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* Wittgenstein morreu em Cambridge, onde tinha uma longa vida acadêmica, tendo estudado, por exemplo, com Russel. Imaginem, portanto, o quanto ele influencia a filosofia desse país.
** Tive dificuldades de entender os pormenores de "The dangerous method", o filme do Cronenberg sobre a relação de Jung e Freud. Mas se eu entendi, Freud, que era um sujeito que também tinha problemas com a academia, fazia quase troça das propostas de Jung.
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ps. um detalhe curioso, coincidente: o austríaco de herança judia Wittgenstein e os dois fundadores da psico-análise [um suíço e um judeu austríaco] foram contemporâneos.
pps. Wittgenstein e Hitler estudaram na mesma escola em Viena. Ao mesmo tempo.
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