Quando eu comecei a nadar, com poucos meses de idade, havia dois tipos de técnicos no clube onde eu, bebê, era levado [Claro que eu não me lembro de nada disso, mas a história me foi contada várias vezes depois, sem nenhuma interpretação incluída, só a história pura]: Um priorizava a equipe; o outro só queria treinar quem quisesse treinar com ele. O primeiro criou uma equipe que ganhou não sei quantas vezes o campeonato mais importante que o clube participava, o segundo treinou campeões e recordistas brasileiros.
O primeiro pensava no todo, e às vezes não conseguia lapidar melhor um ou outro talento que escapasse para o lado de cima da média desse grupo. O treino em geral era fraco para esse subgrupo que sobrava. O outro não se esforçava para mandar os mais preguiçosos fazer as séries mais bizarras. Não queria treinar, tudo bem - todo mundo é livre para fazer o que quiser. O primeiro era paciente, o segundo, prático.
O primeiro deixava de explorar as potencialidades de meninos e meninas que poderiam ser grandes atletas. O segundo deixava de explorar as potencialidades de meninos e meninas que poderiam ser atletas. O primeiro acreditava que todos somos iguais. O segundo, que todos somos diferentes.
Hoje, após já ter parado de nadar competitivamente há mais da metade da minha vida, me pergunto várias coisas sobre essa anedota: será que só existiam dois tipos de treinadores? Será que não haveria um terceiro tipo de treinador, que conseguisse lidar com essas duas questões? Aliás, só havia essas duas questões? Inclusive: por que os dois treinadores não poderiam trabalhar juntos? Quem era mais injusto, o primeiro ou o segundo treinador?
[Claro que usar o esporte competitivo como metáfora já tem um problema em sua estrutura: a própria competição. Mas considerando que na vida cotidiana é muito difícil - mas não impossível - escapar de alguma versão de competição, sugiro relevar. Além disso, qualquer paralelo é imperfeito - então, por favor...]
O primeiro pensava no todo, e às vezes não conseguia lapidar melhor um ou outro talento que escapasse para o lado de cima da média desse grupo. O treino em geral era fraco para esse subgrupo que sobrava. O outro não se esforçava para mandar os mais preguiçosos fazer as séries mais bizarras. Não queria treinar, tudo bem - todo mundo é livre para fazer o que quiser. O primeiro era paciente, o segundo, prático.
O primeiro deixava de explorar as potencialidades de meninos e meninas que poderiam ser grandes atletas. O segundo deixava de explorar as potencialidades de meninos e meninas que poderiam ser atletas. O primeiro acreditava que todos somos iguais. O segundo, que todos somos diferentes.
Hoje, após já ter parado de nadar competitivamente há mais da metade da minha vida, me pergunto várias coisas sobre essa anedota: será que só existiam dois tipos de treinadores? Será que não haveria um terceiro tipo de treinador, que conseguisse lidar com essas duas questões? Aliás, só havia essas duas questões? Inclusive: por que os dois treinadores não poderiam trabalhar juntos? Quem era mais injusto, o primeiro ou o segundo treinador?
[Claro que usar o esporte competitivo como metáfora já tem um problema em sua estrutura: a própria competição. Mas considerando que na vida cotidiana é muito difícil - mas não impossível - escapar de alguma versão de competição, sugiro relevar. Além disso, qualquer paralelo é imperfeito - então, por favor...]
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