segunda-feira, 8 de maio de 2006

Antes dos pitacos sobre "MI:3", um pouco mais de control c + control v

"O “Dicionário de Política”, organizado por Norberto Bobbio, ressalta mesmo que “O populismo não conta efetivamente com uma elaboração teórica orgânica e sistemática. (...) Como denominação, se amolda facilmente a doutrina e a fórmulas diversamente articuladas e aparentemente divergentes. (...) As dificuldades do populismo se ressentem da ambigüidade conceitual que o próprio termo envolve”.

A socióloga venezuelana Margarita López Maya, por sua vez, assinala que “o populismo não é, estritamente falando, nem um movimento sócio-político, nem um regime, ou um tipo de organização, mas fundamentalmente um discurso que pode estar presente no interior de organizações, movimentos ou regimes muito diferentes entre si”. Uma classificação geral do que seria um líder populista, comumente aceita, dá contas de tratar-se do dirigente que estabelece vínculos e canais diretos com o povo, sem a mediação de instituições, entidades ou instâncias.

O líder populista relaciona-se com multidões, acima dos partidos, parlamentos, sindicatos etc. Há um componente centralizador na figura do chefe populista, em que, à falta de mediações, se torna a própria encarnação do Estado no imaginário das classes populares urbanas. Assim, a figura do “pai dos pobres”, no caso de Getúlio Vargas, no Brasil, ou a de redentor dos “descamisados”, quando se alude à Juán Domingo Perón, na Argentina, representam expressões dessa encarnação e de um projeto de nação numa só pessoa."

Gilberto Maringoni

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