Ontem, o Fantástico exibiu uma matéria de gaveta do Ernesto Paglia sobre o consumo de café na Alemanha. É tão de gaveta que não digitalizaram o vídeo, nem transcreveram o texto no site. Logo, não há link. Mas o que foi mostrado é interessante. Não novidade, porque provavelmente todo mundo sabe das informações relatadas. Mas vale como dados concretos para comprovar como somos um país subdesenvolvido e não deixaremos de sê-lo tão breve.
Dizia a matéria que a bebida mais consumida pelos alemães é o café - não a cerveja (ooooh). Paglia, entretanto, dizia que, nos mais de 6 mil km percorridos pelo país, não vira um único pé da planta. Mesmo assim, os alemãs faturam dez vezes mais com o produto que o Brasil, maior produtor e exportador do mundo. Tudo porque eles industrializam a matéria-prima e a distribuem por toda a Europa. Se os cafeicultores brasileiros fossem mais, digamos, empreendedores, teriam ficados mordidos - e se sentindo desafiados - para incrementar seus lucros. Mas, como diz o Gaspari, nós ainda não somos nem capitalistas.
2 comentários:
O amigo, que parece tão entendido de telejornalismo, pode me esclarecer o que é uma matéria "de gaveta"? E em que medida a reportagem citada se enquadra nessa categoria? E se as informações eram assim tão velhas, por quê cargas d'água o ilustre blogueiro se deu ao trabalho de comentá-las? Eu também vi a reportagem. E me pareceu muito interessante ver algo diferente do futebolês na cobertura chatíssima da copa.E se a cafeicultura brasileira exporta grão verde de café há duzentos e cinquenta anos,não é por culpa da matéria que o prezado despreza tanto...
Calma, calma, Anônimo, amigo, amigo.
Você quase acertou a definição de "matéria de gaveta". Esta seria uma reportagem atemporal. Ou seja, poderia ser exibida na data em questão ou na semana seguinte ou ainda na anterior. O gancho era apenas a Copa do Mundo na Alemanha - que ficou no "ar" durante um mês.
Se vc ler novamente o post, verá que não critico a matéria em si. Pelo contrário. Tanto gostei da reportagem do Paglia que postei comentários sobre ela. Raramente vemos algo do gênero na TV, quiçá na Globo.
A minha "reclamação", se há, é obviamente em relação a esse processo de exportações brasileiras baseadas unicamente em matérias-primas. Ou seja, ganhando pouquíssimo dinheiro, se comparados aos países industrializados.
E por último: não entendo nada de telejornalismo. E isso não é um orgulho.
Postar um comentário