O país dos escritores divide-se em diversos feudos. Há aquele onde ficam os que buscam a glória literária, talvez a maior das benesses artísticas, uma espécie de certificado de inteligência dado por toda a sociedade, um comprovante de visão distanciada dos problemas terrenos e / ou uma opinião constante em todos os jornais sobre as agruras do dia-a-dia.
Há ainda aquela outra região, bem pequena, onde os que anseiam enriquecer com a labuta da escrita almejam entrar e montar seu reino. Poderíamos arriscar e dizer que funciona como a história de Fausto. Normalmente são execrados pelos outros iguais, mas o povo em geral o recebe de braços abertos, em qualquer lugar do mundo. São pouquíssimos simplesmente porque cada vez mais se lê menos. E tendem a restringir ainda mais a entrada no feudo, já que a renovação é menor.
Em outro canto, há uma outra localidade, mais distante do Centro, onde mora uma minoria que vislumbra apenas o simples ato de escrever. Esse é a única região onde a entrada é completamente liberada, sendo necessário apenas apresentar os textos redigidos pelo próprio punho. Não se exige qualidade, quiçá quantidade de manuscritos. Quem quiser morar nesta região, basta entrar e escolher um canto onde se instalar. Há diversos outros tipos de feudos, mas estes são os estados principais que compõem a nação dos escritores.
(Talvez um preâmbulo para o texto abaixo. Talvez não.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário