David Foster Wallace mostra em seu artigo "E unibus pluram"* como há uma distancia entre os críticos e o objeto criticado quando este objeto eh a televisão. Ele insiste que a reclamação de que a qualidade da TV eh ruim, tao comum entre esses críticos, apenas demonstra como eles agem como Pilatos, lavando suas mãos.
DFW sugere, todavia, que o critico admita que esse numero altíssimo de seis horas assistindo a TV eh mais importante que qualquer conselho que ele venha a nos - a audiência - dar. Ao participar dessa nova realidade e aceitar sua completa impotência para mudar esse aspecto, o critico poderá talvez, começar a enxergar, e falar na língua de quem passa tantas horas em frente à TV, pontos positivos na programação Em vez de lavar as mãos, suja-las ainda mais.
Seria, agora, igualmente interessante ler um novo artigo, um ensaio desse mesmo nível (o que eh uma tarefa incomum) sobre a grande rede. Como diferentemente do que então e ainda acontecia/e com a televisão a internet nasce como alternativa; como ela eh a democratização da informação encarnada no éter como era a oportunidade de as pessoas produzirem seus próprios conteúdo; a liberdade de escolha potencializada ate o ultimo degrau.
E como até esses prognósticos se mostraram falsos, ou parcialmente falsos apos 20 anos de uso.
Hoje eh possível já, escutar pessoas reclamando da internet como se reclamava da TV. Agora, o grande vilão mudou. Como o próprio DFW diz, aparentemente essas pessoas procuram bodes expiatórios para as suas próprias magoas e defeitos. Eh mais um episodio do que eu chamo de terceirização de culpa.
Em certo momento do texto, DFW me traz um epifania. Nada a ver com TV e a critica ao seu conteúdo.
Quando ele usa um sufixo comum para transformar um verbo em um substantivo, percebemos a forca que certos elementos tem sobre a gente. Sing-er, Do-er, Be-er. Beer. Aquele que eh.
*Encontrei essa explicação interessante para a expressão:
DFW sugere, todavia, que o critico admita que esse numero altíssimo de seis horas assistindo a TV eh mais importante que qualquer conselho que ele venha a nos - a audiência - dar. Ao participar dessa nova realidade e aceitar sua completa impotência para mudar esse aspecto, o critico poderá talvez, começar a enxergar, e falar na língua de quem passa tantas horas em frente à TV, pontos positivos na programação Em vez de lavar as mãos, suja-las ainda mais.
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Outro aspecto que merece destaque no texto eh o momento em que ele eh produzido: a década de 1990. Exatamente, portanto, no limite do aparecimento dessa outra tecnologia, da popularização desse entretenimento que, talvez, consegue monopolizar mais a atenção que a própria TV: a internet.Seria, agora, igualmente interessante ler um novo artigo, um ensaio desse mesmo nível (o que eh uma tarefa incomum) sobre a grande rede. Como diferentemente do que então e ainda acontecia/e com a televisão a internet nasce como alternativa; como ela eh a democratização da informação encarnada no éter como era a oportunidade de as pessoas produzirem seus próprios conteúdo; a liberdade de escolha potencializada ate o ultimo degrau.
E como até esses prognósticos se mostraram falsos, ou parcialmente falsos apos 20 anos de uso.
Hoje eh possível já, escutar pessoas reclamando da internet como se reclamava da TV. Agora, o grande vilão mudou. Como o próprio DFW diz, aparentemente essas pessoas procuram bodes expiatórios para as suas próprias magoas e defeitos. Eh mais um episodio do que eu chamo de terceirização de culpa.
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Em certo momento do texto, DFW me traz um epifania. Nada a ver com TV e a critica ao seu conteúdo.
Quando ele usa um sufixo comum para transformar um verbo em um substantivo, percebemos a forca que certos elementos tem sobre a gente. Sing-er, Do-er, Be-er. Beer. Aquele que eh.
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*Encontrei essa explicação interessante para a expressão:
E pluribus unum= out of many, one. This phrase was created and put on the Great Seal of the United States after declaring independence. It is meant to speak to the diversity and unity of America.
E unibus pluram=from one, many. We are alone, yet alone together in our viewing of television.
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