terça-feira, 20 de março de 2012

Hiperrealismo

"Scottish landscapes", de Paul Cadden [84 x 58.5 cm]
O artista escocês Paul Cadden tem obras expostas na galeria Plus One Gallery, especializada em obras de hiperrealismo, numa área chique de Londres [tipo o Leblon]. O maior espanto ao se ter contato com as obras dele é saber o material que ele utilizou: apenas um lápis e papel reciclado.

Normalmente o termo hiperrealismo é usado para obras que tem a característica de dar detalhes tão pequenos da realidade que o olho humano jamais teria capacidade de captar, sozinho. Elas vão mais fundo na captação da realidade, mostrando uma realidade aumentada, que não é a que estamos acostumados. Por um lado, não são realistas, nesse sentindo, demonstrando que mesmo a realidade, o realismo, é um conceito que aceitamos, uma construção que depende de respeitarmos determinadas regras, como, no caso, distância do objeto retratado.

No caso de Cadden, ele muda um pouco o conceito mostrando como a realidade pode ser captada por materiais mais simples, como um lápis e papel, como se dissesse que está ao alcance de todo mundo [ele usa outros materiais também]. Essa simplificação faz parte do mote principal do artista que, segundo seu site, é "intensificar o normal". Suas obras mais comuns, pelo que me pareceu, são retratos ou paisagens urbanas.

Essa "Scottish landscapes", que eu escolhi, tem outra característica e mostra como até mesmo o lixo pode ser um tema a ser explorado. Ficamos curioso em saber o que ele retratou, quais são os objetos mostrados, como ele fez, que tipo de lixo é esse que as pessoas descartam e, principalmente, porque ele chamou o lixo de paisagem escocesa. Sua obra, como se vê, não descarta a crítica.

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