Andava perto de casa reconhecendo os detalhes esquecidos por mais de um ano. Vendo como quase nada mudou nesse tempo. O céu, azul, o sol, quente, o trânsito, intenso, os mesmos mendigos, os mesmos taxistas, os mesmos porteiros. Perto da Policlínica, vejo apenas o relance de uma cena que é também comum. E imagino todo o resto.
Um casal jovem, ambos bonitos, brancos, corpos malhados em academias, andam na minha direção. Ele ampara ela, que está nervosa, que está apoiada a ele, pedindo proteção, querendo um colo. Suspeito, na hora, que ela deve estar indo à Policlínica, e imagino que essa fragilidade era devido a uma enfermidade qualquer. Depois, mudo de opinião.
Dois ou três carros em seguida, vejo ao mesmo tempo: um flanelinha - negro, baixo, careca - que sempre fez ponto ali; uma patrulhinha e dois policiais. O primeiro dos poliças tentando enfiar, com cuidado, o flanelinha no carro, e outro, já dentro, no banco do carona, carregando um fuzil.
Vários pensamentos me invadem, sem ordem certa:
Flanelinha é um dos piores problemas do Rio. Por que esse policial está com um fuzil? Esse flanelinha sempre incomodou as pessoas ali. Ao menos, o policial não está batendo nele. E ele tá indo sem muito titubear. O que vai acontecer com ele? Será que está bêbado? Deve estar. Sempre esteve. Será que ele vai ser preso? Será que ele vai ficar preso? A mulher está certa. Foi a mulher, não foi?, quem chamou a polícia. Não foi? Ele deve ter coagido ela. Mas o que esse cara pode fazer se não for flanelinha? Ele está errado, mas será que ele tinha alternativa? E se ele ficar preso? Será que ele merece ficar preso? Qual é a alternativa? Quem é o responsável por esse problema? Se ele ficar preso... Nunca mais vai voltar.
Mais um ladrão de galinha. Parece mais um caso que ninguém está realmente, verdadeiramente errado. Todos estão certos, em maior ou menor grau. Alguém sempre paga por isso, though. Como resolver isso?
Um casal jovem, ambos bonitos, brancos, corpos malhados em academias, andam na minha direção. Ele ampara ela, que está nervosa, que está apoiada a ele, pedindo proteção, querendo um colo. Suspeito, na hora, que ela deve estar indo à Policlínica, e imagino que essa fragilidade era devido a uma enfermidade qualquer. Depois, mudo de opinião.
Dois ou três carros em seguida, vejo ao mesmo tempo: um flanelinha - negro, baixo, careca - que sempre fez ponto ali; uma patrulhinha e dois policiais. O primeiro dos poliças tentando enfiar, com cuidado, o flanelinha no carro, e outro, já dentro, no banco do carona, carregando um fuzil.
Vários pensamentos me invadem, sem ordem certa:
Flanelinha é um dos piores problemas do Rio. Por que esse policial está com um fuzil? Esse flanelinha sempre incomodou as pessoas ali. Ao menos, o policial não está batendo nele. E ele tá indo sem muito titubear. O que vai acontecer com ele? Será que está bêbado? Deve estar. Sempre esteve. Será que ele vai ser preso? Será que ele vai ficar preso? A mulher está certa. Foi a mulher, não foi?, quem chamou a polícia. Não foi? Ele deve ter coagido ela. Mas o que esse cara pode fazer se não for flanelinha? Ele está errado, mas será que ele tinha alternativa? E se ele ficar preso? Será que ele merece ficar preso? Qual é a alternativa? Quem é o responsável por esse problema? Se ele ficar preso... Nunca mais vai voltar.
Mais um ladrão de galinha. Parece mais um caso que ninguém está realmente, verdadeiramente errado. Todos estão certos, em maior ou menor grau. Alguém sempre paga por isso, though. Como resolver isso?
2 comentários:
Seja bem-vindo a esse lugar que chamam de país. Senti falta do e-mail do amigo ontem. Foi aí que percebi que já tinhas voltado, hahahahaha... Abraço!
Isso que é saudade. E olha que eu só mandaria o email na semana que vem, já que a coluna era de 15 em 15 dias e a seu provável publicação só aconteceria na próxima terça. :-)
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