Sérgio Rodrigues fala do lançamento do segundo livro de David Foster Wallace no Brasil, que recebeu o título de “Ficando longe do fato de já estar meio que longe de tudo”. A obra não é a transposição exata do título americano que tem esse ensaio porque há outros que não estão no original, como o texto escolhido pelo Sérgio, "Isto é água", além de outros que foram lançados em outras coletâneas, como o "Pense na lagosta", um dos meus favoritos até o momento.
Quando eu comecei a ler DFW, o professor de literatura e ex-editor que me o indicou falou que era melhor começar pelas narrativas não-ficcionais, porque elas dariam conta de, se não tudo, bastante da proposta estética de Wallace. Parece que tive sorte, entretanto. O que as pessoas geralmente reclamam dele, ou de escritores como ele, é um dos aspectos que mais gosto. Por exemplo: o excesso de referências, sem qualquer preconceito de origem; as interrupções de raciocínio para se começar outro, que parte daquele primeiro raciocínio para um caminho completamente outro; os parênteses explicativos, contextualizantes; os apostos que se ligam a outros assuntos congêneres; e, principalmente, as notas-de-rodapé. Eu adoro notas-de-rodapé. Talvez seja alguém estranho por conta disso, mas não posso lutar contra isso. Tenho que me admitir como tal.
Este "Isto é água" foi um discurso de paraninfo proferido por Wallace na universidade de Kenyon, em 2005. O que mostra que se pode ainda ter grandes discursos de paraninfo - algo que, me parecia, era bastante raro. E que um discurso de paraninfo pode entrar dentro de uma coletânea de textos, mesmo que sejam todos não-ficcionais, expandindo os formatos da "escrita". Porque, aparentemente, todos os textos de DFW, independentemente das suas origens, compartilhavam da sua ética, que se confundia com a sua estética. Como bem ressalta o Sérgio Rodrigues, ele queria ressensibilizar o "leitor anestesiado por males que parecem estar no ar da sociedade pós-industrial: cinismo, individualismo, narcisismo, hedonismo, irresponsabilidade social."
Abaixo, o áudio, em inglês, da parte 1 do discurso em questão. Se preferir, pode lê-lo também.
Quando eu comecei a ler DFW, o professor de literatura e ex-editor que me o indicou falou que era melhor começar pelas narrativas não-ficcionais, porque elas dariam conta de, se não tudo, bastante da proposta estética de Wallace. Parece que tive sorte, entretanto. O que as pessoas geralmente reclamam dele, ou de escritores como ele, é um dos aspectos que mais gosto. Por exemplo: o excesso de referências, sem qualquer preconceito de origem; as interrupções de raciocínio para se começar outro, que parte daquele primeiro raciocínio para um caminho completamente outro; os parênteses explicativos, contextualizantes; os apostos que se ligam a outros assuntos congêneres; e, principalmente, as notas-de-rodapé. Eu adoro notas-de-rodapé. Talvez seja alguém estranho por conta disso, mas não posso lutar contra isso. Tenho que me admitir como tal.
Este "Isto é água" foi um discurso de paraninfo proferido por Wallace na universidade de Kenyon, em 2005. O que mostra que se pode ainda ter grandes discursos de paraninfo - algo que, me parecia, era bastante raro. E que um discurso de paraninfo pode entrar dentro de uma coletânea de textos, mesmo que sejam todos não-ficcionais, expandindo os formatos da "escrita". Porque, aparentemente, todos os textos de DFW, independentemente das suas origens, compartilhavam da sua ética, que se confundia com a sua estética. Como bem ressalta o Sérgio Rodrigues, ele queria ressensibilizar o "leitor anestesiado por males que parecem estar no ar da sociedade pós-industrial: cinismo, individualismo, narcisismo, hedonismo, irresponsabilidade social."
Abaixo, o áudio, em inglês, da parte 1 do discurso em questão. Se preferir, pode lê-lo também.
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