Ontem ouvi um pedaço da entrevista de Andrew Keen, aquele do "Culto do amador", muito pequeno para conseguir formular qualquer opinião, mas que me deu uma ideia exatamente contrária à [que eu acho ser a] dele. Um dos pontos do livro dele que eu imagino saber sobre ele, de orelhada, é que com o culto desse artista não-profissional, não teríamos mais obras de arte de relevância como sempre foram criadas. Para ele, é necessário uma profissionalização dos artistas para que consigamos sair do marasmo. Ele cita trocentros exemplos [ontem, eu vi ele citando o "Vertigo", do Hitchcock] para comprovar sua tese. Há uma lógica aí. Que eu discordo.
Não pelo lado dos meios de produção. Mas do que seria "obra de arte de relevância". A definição de obra de arte é extremamente complicada, e cada vez mais complexa. A sua relevância, então, se torna um dilema, uma dúvida, uma discussão que as melhores cabeças pensantes da universidade ainda não chegam a propostas, quiçá consensos. Geralmente aplicam teorias antigas a novos formatos e, como acontece sempre, o quadro fica meio torto.
Na verdade, o que tem que ser lembrado é que não existe uma obra de arte a priori, ou em princípios. Não existe arte sem que exista uma materialidade, mesmo conceitual. Nos casos mais antigos é mais fácil de se enxergar. Uma escultura de Michelangelo é, primeiro, uma escultura. Depois de Michelangelo. Depois, se o espectador assim o enxergar, uma obra de arte. Portanto, uma obra de arte, na minha opinião, só existe se alguém disser que ela é arte.
Uma vez li um exemplo hipotético bom sobre esse caso. Um quarto fechado, sem que ninguém tenha entrado nunca, mas que contém obras dos maiores pintores do mundo. O autor argumentava que esses quadros eram obras de arte, porque respeitavam tais e tais critérios. Eu discordo.
Seguindo esse raciocínio, não é possível saber o que é uma obra de arte, muito menos de relevância, antes que ela seja feita.
Talvez seja cruel para as pessoas que se autodenominam artistas. Descobrir que se elas não produzem nada [e novamente insisto que isso pode ser até mesmo conceitualmente], elas estão vazias. Não são nada. Ser chamado de artistas, portanto, e na minha opinião, não quer dizer muita coisa. Qualquer um pode se autodenominar.
Minha homenagem aos 'artistas'
Não pelo lado dos meios de produção. Mas do que seria "obra de arte de relevância". A definição de obra de arte é extremamente complicada, e cada vez mais complexa. A sua relevância, então, se torna um dilema, uma dúvida, uma discussão que as melhores cabeças pensantes da universidade ainda não chegam a propostas, quiçá consensos. Geralmente aplicam teorias antigas a novos formatos e, como acontece sempre, o quadro fica meio torto.
Na verdade, o que tem que ser lembrado é que não existe uma obra de arte a priori, ou em princípios. Não existe arte sem que exista uma materialidade, mesmo conceitual. Nos casos mais antigos é mais fácil de se enxergar. Uma escultura de Michelangelo é, primeiro, uma escultura. Depois de Michelangelo. Depois, se o espectador assim o enxergar, uma obra de arte. Portanto, uma obra de arte, na minha opinião, só existe se alguém disser que ela é arte.
Uma vez li um exemplo hipotético bom sobre esse caso. Um quarto fechado, sem que ninguém tenha entrado nunca, mas que contém obras dos maiores pintores do mundo. O autor argumentava que esses quadros eram obras de arte, porque respeitavam tais e tais critérios. Eu discordo.
Seguindo esse raciocínio, não é possível saber o que é uma obra de arte, muito menos de relevância, antes que ela seja feita.
Talvez seja cruel para as pessoas que se autodenominam artistas. Descobrir que se elas não produzem nada [e novamente insisto que isso pode ser até mesmo conceitualmente], elas estão vazias. Não são nada. Ser chamado de artistas, portanto, e na minha opinião, não quer dizer muita coisa. Qualquer um pode se autodenominar.
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