Essa história de proibição das vans na Zona Sul carioca, promessa que o prefeito Eduardo Paes fez após o caso de estupro da americana em um desses precários meios de transporte, e que tenta começar a cumprir hoje, me lembra a famosa, antiga, e conservadora piada do sofá na sala.
Mariazinha é uma menina de 15 anos que começou a namorar Joãozinho. Todo domingo de noite, na hora do "Fantástico", Joãozinho vai à casa de Mariazinha e os dois, quando todo mundo se retirou para dormir, namoram saudável e abertamente no sofá da sala. A mãe de Mariazinha, entretanto, é contra. Acha uma pouca-vergonha e não aceita que isso aconteça logo ali, no sofá da sala, onde ela senta para ver a novela das oito. Reclama com o pai de Mariazinha: "É um absurdo, onde esse mundo vai parar, onde já se viu!" O pai de Mariazinha também é contra essa intimidade toda, como assim?, é a filha dele!, e decide tomar uma atitude. Isso não pode continuar. Essa sem-vergonhice tem que acabar. Na segunda-feira, portanto, logo após o domingo da visita do Joãozinho, o pai de Mariazinha age, sem nem conversar: vende o sofá.
Com essa proibição das vans pela Zona Sul, fico imaginando o que passa na cabeça do prefeito [exercício não recomendado, eu já adianto]:
1/ os estupros só acontecem em vans.
2/ as pessoas pegam vans porque preferem vans aos demais meios de transporte.
3/ a Zona Sul tem um superávit de meios de transporte à noite.
4/ van é feia, desconfortável e aumenta o engarrafamento.
5/ agora as vans vão parar de circular pelas ruas mais ricas da cidade [nem pegava bem].
6/ eu dei uma resposta à sociedade-que-importa à altura do problema.
7/ estou limpando a imagem do Rio com água sanitária Perrier, e se ainda assim ficar manchada é só pegar um pouco mais de sol.
8/ estou atrasado para o encontro com o Cabral.
A seguir por esse raciocínio, e se essa moda pega, qual será a próxima proibição? A circulação dos ônibus para evitar que caiam de viadutos? O metrô, para acabar com a superlotação? O trem, para impedir que pessoas despenquem das portas abertas?
Mariazinha é uma menina de 15 anos que começou a namorar Joãozinho. Todo domingo de noite, na hora do "Fantástico", Joãozinho vai à casa de Mariazinha e os dois, quando todo mundo se retirou para dormir, namoram saudável e abertamente no sofá da sala. A mãe de Mariazinha, entretanto, é contra. Acha uma pouca-vergonha e não aceita que isso aconteça logo ali, no sofá da sala, onde ela senta para ver a novela das oito. Reclama com o pai de Mariazinha: "É um absurdo, onde esse mundo vai parar, onde já se viu!" O pai de Mariazinha também é contra essa intimidade toda, como assim?, é a filha dele!, e decide tomar uma atitude. Isso não pode continuar. Essa sem-vergonhice tem que acabar. Na segunda-feira, portanto, logo após o domingo da visita do Joãozinho, o pai de Mariazinha age, sem nem conversar: vende o sofá.
Com essa proibição das vans pela Zona Sul, fico imaginando o que passa na cabeça do prefeito [exercício não recomendado, eu já adianto]:
1/ os estupros só acontecem em vans.
2/ as pessoas pegam vans porque preferem vans aos demais meios de transporte.
3/ a Zona Sul tem um superávit de meios de transporte à noite.
4/ van é feia, desconfortável e aumenta o engarrafamento.
5/ agora as vans vão parar de circular pelas ruas mais ricas da cidade [nem pegava bem].
6/ eu dei uma resposta à sociedade-que-importa à altura do problema.
7/ estou limpando a imagem do Rio com água sanitária Perrier, e se ainda assim ficar manchada é só pegar um pouco mais de sol.
8/ estou atrasado para o encontro com o Cabral.
A seguir por esse raciocínio, e se essa moda pega, qual será a próxima proibição? A circulação dos ônibus para evitar que caiam de viadutos? O metrô, para acabar com a superlotação? O trem, para impedir que pessoas despenquem das portas abertas?
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