Como é péssima a nossa elite. Não que a de outros lugares seja melhor ou pior, mas há um sentimento ruim de desprezo pelos outros, pelos menos-elite, pelos considerados inferiores. Cheguei até a escrever sobre isso: como o principal problema do Brasil é a sua elite. Que quer gozar das benesses de ser a classe dominante, mas jamais arcar com as consequências desse processo.
E isso não se restringe aos Eikes da vida - esses nem podem ser considerados apenas "elite". Mas o grupo que vem logo abaixo dele, que tem acesso aos bens de consumo, aos estudos, a uma qualidade de vida que em outros países seria considerado "classe média", mas que no Brasil compõem a parcela superior do estrato social. Ou seja, eu, você, ele: nós. Todos desse microcosmo que já foi chamado de "intelligentsia".
Sim, misturo conceitos diferentes: cultural, econômico, intelectual etc. Mas, no Brasil, são tão poucos os que habitam nessa classe, que separá-los seria catar grãos de milho. Para tentar explicar o que digo, vou pegar a questão acadêmica como exemplo.
No Brasil, são tão poucos aqueles que conseguem passar da graduação para uma pós-graduação, que isso infla algum sentimento de superioridade, antes escondido, nas pessoas. Não convivo diretamente com esse ambiente, mas segundo relatos, há vários "donos" de assuntos dentro das universidades que impedem ou dificultam, seja por vaidade ou protecionismo, a entrada de outros almejantes ao cargo de conhecedor dos temas.
Só que esse problema é contagioso. O sujeito que entra num curso de pós-graduação se acha, automaticamente, superior a quem não cursou nada - e tenta evitar, por vaidade ou protecionismo ou simplesmente sadismo, que o outro ascenda.
Trata o outro, o menos-capacitado, com desprezo, com ironia, com desqualificação. Como se houvesse uma hierarquia de saberes baseada na quantidade de anos estudados ou livros lido. Como se a inteligência fosse medida em uma régua quantitativa. Como se só houvesse uma forma de se viver, de se entender, de se conviver.
A elite tem obrigações. Entre elas a meu ver a mais importante é exatamente tentar diminuir esse fosso que existe entre nós, a elite, e a multidão, que por falta de nome melhor vou chamar de "povo". Não é rir do outro, mas descer do nosso pedestal e tentar conversar com as pessoas mais ignorantes do mundo de igual para igual. Não como um favor para aplacar a culpa das nossas benesses, mas com uma forma de mostrar que não há, mesmo, diferença entre esses seres humanos, além das oportunidades que tivemos anteriormente.
E isso não se restringe aos Eikes da vida - esses nem podem ser considerados apenas "elite". Mas o grupo que vem logo abaixo dele, que tem acesso aos bens de consumo, aos estudos, a uma qualidade de vida que em outros países seria considerado "classe média", mas que no Brasil compõem a parcela superior do estrato social. Ou seja, eu, você, ele: nós. Todos desse microcosmo que já foi chamado de "intelligentsia".
Sim, misturo conceitos diferentes: cultural, econômico, intelectual etc. Mas, no Brasil, são tão poucos os que habitam nessa classe, que separá-los seria catar grãos de milho. Para tentar explicar o que digo, vou pegar a questão acadêmica como exemplo.
No Brasil, são tão poucos aqueles que conseguem passar da graduação para uma pós-graduação, que isso infla algum sentimento de superioridade, antes escondido, nas pessoas. Não convivo diretamente com esse ambiente, mas segundo relatos, há vários "donos" de assuntos dentro das universidades que impedem ou dificultam, seja por vaidade ou protecionismo, a entrada de outros almejantes ao cargo de conhecedor dos temas.
Só que esse problema é contagioso. O sujeito que entra num curso de pós-graduação se acha, automaticamente, superior a quem não cursou nada - e tenta evitar, por vaidade ou protecionismo ou simplesmente sadismo, que o outro ascenda.
Trata o outro, o menos-capacitado, com desprezo, com ironia, com desqualificação. Como se houvesse uma hierarquia de saberes baseada na quantidade de anos estudados ou livros lido. Como se a inteligência fosse medida em uma régua quantitativa. Como se só houvesse uma forma de se viver, de se entender, de se conviver.
A elite tem obrigações. Entre elas a meu ver a mais importante é exatamente tentar diminuir esse fosso que existe entre nós, a elite, e a multidão, que por falta de nome melhor vou chamar de "povo". Não é rir do outro, mas descer do nosso pedestal e tentar conversar com as pessoas mais ignorantes do mundo de igual para igual. Não como um favor para aplacar a culpa das nossas benesses, mas com uma forma de mostrar que não há, mesmo, diferença entre esses seres humanos, além das oportunidades que tivemos anteriormente.
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