Em vez de tomar partidos, o historiador Ronaldo Vainfas escolheu uma terceira via para se discutir a polêmica das biografias. Tive a sorte de entrevistá-lo, para sair desse FlaxFlu. Um trecho polêmico:
acho que qualquer indivíduo tem o direito de aceitar ou não virar tema de livro. É uma questão de privacidade. O que não pode é aceitar ser biografado e interferir no trabalho do biógrafo para construir uma auto-imagem que lhe convenha. Já no caso dos mortos, acho um absurdo que as famílias se metam nisso. A legislação que delega às famílias, por exemplo, o direito de acesso à documentação pública é um desatino. Pior ainda é processar editoras ou autores que publicam passagens da vida do biografado que, no entender dos parentes, atenta contra a honra e a memória do personagem. No caso da biografia dos personagens contemporâneos já mortos, este problema é tremendo. Se a família do biografado não autoriza ou não facilita a documentação, o livro não sai. Por que isto ocorre? Porque os familiares querem "preservar a memória" edificante do biografado, como se alguém fosse santo, ou então querem tirar proveito financeiro do autor ou da editora.Mais aqui.
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